26/03/2019

A Mostra está aí...

Sísifo


Recomeça....
Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.


E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças...
Miguel Torga TORGA, M., Diário XIII.

22/03/2019

Participação dos alunos da Escola Básica da Ramada || POESIA LIVRE




“DA POESIA DA NATUREZA À NATUREZA DA POESIA” É O MOTE DA EDIÇÃO DESTE ANO, A ESCOLA DA RAMADA NÃO ESTEVE INDIFERENTE 


21/03/2019

Dia Mundial da Poesia ( 21 de março 2019) | POESIA LIVRE


As Bibliotecas Escolares AETP, associando-se ao evento “Poesia Livre” de Santo Tirso, convidam toda a comunidade educativa a fruírem alguns poemas da Antologia organizada por  António Sousa e Manuela Dinis. 
Neste  dia Mundial da Poesia, celebrem com alegria e entusiasmo a Poesia! 




Olha, Marília, as flautas dos pastores 

Olha, Marília, as flautas dos pastores 
Que bem que soam, como estão cadentes! 
Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes 
Os Zéfiros brincar por entre flores? 

Vê como ali beijando-se os Amores 
Incitam nossos ósculos ardentes! 
Ei-las de planta em planta as inocentes, 
As vagas borboletas de mil cores. 

Naquele arbusto o rouxinol suspira, 
Ora nas folgas a abelhinha para, 
Ora nos ares sussurrando gira: 

Que alegre campo! Que a manhã tão clara! 
Mas ah! Tudo o que vês, se não te vira 
Mais tristeza que a morte me causara. 


                                                      Bocage, in ‘Líricas e Sátiras’ 



 PASTORAL

Não há, não,
duas folhas iguais em toda a criação.
Ou nervura a menos, ou célula a mais,
não há, de certeza, duas folhas iguais.
Limbo todas têm,
que é próprio das folhas;
pecíolo algumas;
bainha nem todas.
Umas são fendidas,
crenadas, lobadas,
inteiras, partidas,
singelas, dobradas.
Outras acerosas,
redondas, agudas,
macias, viscosas,
fibrosas, carnudas.
Nas formas presentes,
nos actos distantes,
mesmo semelhantes
são sempre diferentes.
Umas vão e caem no charco cinzento,
e lançam apelos nas ondas que fazem;
outras vão e jazem
sem mais movimento.
Mas outras não jazem,
nem caem, nem gritam,
apenas volitam
nas dobras do vento.
É dessas que eu sou.

                                               António Gedeão, in ‘Obra Completa’


Os Paraísos Artificiais 

Na minha terra, não há terra, há ruas;  
mesmo as colinas são de prédios altos 
com renda muito mais alta.  
Na minha terra, não há árvores nem flores.  
As flores, tão escassas, dos jardins mudam ao mês,  
e a Câmara tem máquinas especialíssimas  
para desenraizar as árvores 

O cântico das aves — não há cânticos, 
mas só canários de 3º andar e papagaios de 5º. 
E a música do vento é frio nos pardieiros. 

Na minha terra, porém, não há pardieiros,  
que são todos na Pérsia ou na China,  
ou em países inefáveis. 

A minha terra não é inefável.  
A vida na minha terra é que é inefável.  
Inefável é o que não pode ser dito. 

    Jorge de Sena, in ‘Pedra Filosofal’ 

19/03/2019

Marisa Pedrosa no Auditório da ES Tomaz Pelayo

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Marisa Pedrosa

Educadora, professora bibliotecária, biblioterapeuta. Dinamizadora de workshops de Biblioterapia em Encontros da Rede de Bibliotecas Escolares. Participou numa comunicação conjunta nos encontros BAD – Fundação Calouste Gulbenkian e no Simpósio de Estudos Portugueses – Universidade de Macau.

É também coach e uma utilizadora/exploradora do potencial das redes sociais, youtuber e criadora do grupo de coaching no facebook: Liderança Pessoal- rumo à nossa melhor versão.

Assume-se como contadora de histórias para crianças, jovens e para um público mais adulto. Acredita no poder da palavra e da beleza para catarse das nossas múltiplas contradições. Nas matrioskas infinitas que somos cada um de nós, há sempre mais uma para (re)descobrir.

Este livro “Frágil: Abrir delicadamente” quer envolver-nos na beleza da linguagem poética de mãos dadas com o universo digital que tanto nos chama.




Ser herói é um trabalho duro. Exige  esforço, entrega, persistência. Cada um de nós é herói quando luta e torna a vida melhor.
Para atingir o estatuto de herói basta ser real, verdadeiramente humano...enfrentar medos, travar batalhas diárias e, cada dia, surgir mais forte, mais determinado... perceber que há heróis todos os dias no nosso caminho...E  valorizar, valorizar sempre.


16/03/2019

Poesia Livre 2018-2019

04/03/2019

Poesia Livre...

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A poesia vai andar pela cidade de Santo Tirso de 8 a 21 de março.

A  temática é“Da Natureza da Poesia, à Poesia da Natureza” e pretende conciencializar, através de versos dos mais variados poetas, a população para a importância da preservação do ambiente, convidando esta a uma reflexão sobre a natureza.

O programa deste ano homenageia João Luís Barreto Guimarães. O poeta natural do Porto tem uma vasta obra ligada à poesia e já venceu alguns prémios importantes, como o Prémio Nacional de Poesia António Ramos Rosa, em 2017. Os aspetos fundamentais da sua obra traduzem-se numa escrita irónica, biográfica, melancólica e musical.