07/10/2012

O POETA DO MÊS: Fausto Guedes Teixeira


A poesia anda na Escola
2012/2013

O poeta Fausto Guedes Teixeira nasceu na freguesia de Almacave, em Lamego, em 11 de Outubro de 1871, filho de José Augusto Guedes Teixeira e de sua esposa D. Leopoldina de Queirós Guedes, que haviam casado em 1868. O pai, falecido prematuramente, foi político influente (presidente da Câmara de Lamego, governador civil de Viseu e depois do Porto, deputado às cortes) e também empresário. O casal teve três filhos: Augusto, Fausto e Leopoldina Ema. Após o ensino primário, Fausto Guedes Teixeira iniciou aos 10 anos os seus estudos no Colégio de Campolide. Todavia não suportava muito bem o afastamento da mãe, e três anos depois vemo-lo de novo em Lamego a estudar no Colégio Roseira. O seu desejo era ser oficial da Marinha, mas o pai persuadiu-o a tirar Direito, como ele próprio, e assim em 1890-91 é aluno do 1.º ano da Faculdade de Direito, em Coimbra. Sem vocação para as leis, não obteve aproveitamento em diversos anos do curso, mas acabou por se bacharelar em 1898. O seu gosto era outro: a boémia, a contemplação das doces paisagens de Coimbra, a atividade literária. Abusa do absinto que o viria a pôr, mais tarde, em Lisboa, à beira do delirium tremens. Interrompe ainda o curso em 1895 e parte para o Brasil, munido de uma carta de apresentação de Eça de Queirós, decidido a fazer carreira no jornalismo. Mas a doença (febre amarela) e a inadaptação fizeram com que a estadia fosse curta (menos de um mês) e regressou aos estudos. Em 1899, já formado, encontramo-lo em Lisboa à procura de emprego. De compleição débil e enfermiça – Trindade Coelho referiu-se-lhe usando a expressão: «um passarinho» – continua a fazer uma vida de boémia e a frequentar lugares onde se reuniam os jovens literatos e artistas. É despachado ajudante de conservador em Loulé, cargo que exerce efemeramente, pois em 29 de Outubro, treze dias depois de casar com D. Margarida Braga, irmã do seu grande amigo e condiscípulo Alexandre Braga (Filho), parte com a esposa para Moçambique, onde o espera o cargo de Secretário de Governo do Distrito de Lourenço Marques. Como no Brasil, é uma estadia curta, devido à doença e inadaptação ao clima. Em 1900, está de novo em Lisboa, onde experimenta dificuldades financeiras.